Mogi das Cruzes tem redução de empregos
terça-feira, 19 de julho de 2011O nível de emprego industrial na Diretoria Regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), em Mogi das Cruzes, apresentou variação negativa de 0,63% em junho deste ano, o que representa, segundo a entidade, a redução de cerca de 450 postos de trabalho nas oito cidades de abrangência regional do Ciesp.
Este índice foi influenciado pelas variações negativas dos setores de produtos de metal exceto máquinas e equipamentos (-1,72%), produtos de borracha e de material plástico (-0,96%) e veículos automotores e autopeças (-0,23%), que são os que mais influenciam o cálculo.
Os setores de artefatos de couro, calçados e artigos para viagem (queda de 5,02%), de máquinas e equipamentos (-4,98%), de bebidas (-3,66%), de produtos alimentícios (-2,33%) e de produtos de madeira (-2,25%) foram os que registraram os maiores índices negativos no mês de junho, segundo o levantamento divulgado pela Regional do Ciesp de Mogi.
Os dados divulgados ontem pela entidade apontam, ainda, que o resultado do mês passado não foi pior devido às variações positivas dos setores de metalurgia (alta de 2,52%), produtos de minerais não metálicos (0,26%) e celulose, papel e produtos de papel (0,17%).
Para o diretor do Ciesp de Mogi, Milton Sobrosa Cordeiro, o índice negativo de junho é reflexo da política econômica adotada pelo País para conter a inflação. “Os números de junho da Regional, assim como em toda a indústria paulista, apontam que já há uma retração econômica no setor industrial, muito por conta da política monetária adotada pelo governo, com a valorização do Real para combater a inflação e os juros elevados. Infelizmente, o chamado processo de desindustrialização está mais latente ainda”, afirmou Cordeiro.
Para o diretor da Regional do Ciesp de Mogi, o que se visualiza é que há um grande número de importações e pouca exportação, devido à falta de competitividade no mercado nacional por conta da invasão de produtos fabricados no Exterior com preços mais acessíveis ao consumidor, ocasionando a redução da produção e o consequente desemprego.
A solução, segundo a opinião de Cordeiro, seria o Governo Federal ampliar a porcentagem do depósito compulsório que os bancos colocam em circulação, no entanto, isso afetaria os bancos e ele crê que esta medida não seria adotada.
Por fim, Cordeiro aponta temor na queda da produtividade industrial, principalmente da Região. “Com esta perda, os municípios serão afetados diretamente, porque do
PIB [Produto Interno Bruto] acumulado pelas cidades, o setor industrial responde por 35% da riqueza da Região. O setor em queda significa incerteza no futuro”, definiu.
Fonte: O Diário