Vítimas de violência em Mogi das Cruzes relatam drama
quarta-feira, 3 de agosto de 2011Medo, raiva, insegurança e indignação. Estes são alguns dos sentimentos de vítimas de bandidos em guia Mogi das Cruzes. Nas delegacias, há registrados diários de vários casos, como roubos, assaltos, furtos à residência e de veículos, entre outros, que deixam a população impotente, em contraste com a livre ação dos marginais pelas ruas da Cidade.
Impotente. É assim que o operador de supermercado Giovane Ribeiro da Silva se sente após ter sido vítima de ladrões no Socorro, nesta semana. “Não tenho muito o que falar. Estou com medo e até minha mãe passou mal ao saber que fui assaltado. E tudo aconteceu de forma covarde, com os ladrões me atacando pelas costas. Eles estavam de bicicleta e mencionaram que teriam uma arma, exigindo que entregasse tudo, ou seja, um aparelho de telefone celular e R$ 47,00”. Ele cobra maior patrulhamento da polícia nas ruas da Cidade, principalmente na área central. “O Socorro era um bairro tranquilo e hoje os bandidos assaltam em plena luz do dia. Fica a sensação de total insegurança”, disse.
Foi desta forma que ficaram as amigas Aline Karen Nogueira de Amorim e Gabriela Mahalia Zitto Cezar, que foram assaltadas na Rua Schwartzmann, em Braz Cubas, logo após desembarcarem de uma composição da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). “Foi uma sensação horrível, porque já havia passado por isso em outra oportunidade, na qual cheguei a ser agredida pelo bandido”, disse Gabriela. Segundo conta, ela e a amiga foram abordadas por dois homens em uma moto. Um deles teria mostrado uma arma e exigido que elas entregassem as bolsas. “É uma insegurança muito grande, principalmente pelo fato de haver uma base da Polícia Militar na praça próximo do local do crime. Fiquei com medo de o pior ter acontecido”, frisou Gabriela, pedindo mais providências por parte das autoridades.
Domingos Augustos Caruso Justo teve sua casa, na Vila Oliveira, invadida por ladrões quando estava viajando e sua mulher fora a trabalho em São Paulo. Vários objetos foram levados. O susto maior, no entanto, ficou por conta da esposa dele, que ao voltar, percebeu a casa arrombada e chamou a Polícia. “Ela teve medo de que os ladrões ainda estivessem no imóvel. Infelizmente, fica a sensação de insegurança. A impressão é de que a Polícia não dá conta do excesso de crimes praticados na Cidade”, desabafou Justo.
Ele revela que o imóvel quase foi alvo de novo ataque dos ladrões três dias após o primeiro assalto. “Eles acreditavam que a residência estaria vazia, mas havíamos contratado uma pessoa para cuidar da casa, fato que impediu nova ação dos ladrões”, afirmou, pedindo que haja maior ação por parte do Estado. “É preciso que o Governo faça a sua parte para melhorar a segurança de todos, cobrando os funcionários para que exerçam bem suas funções e exigindo resultados práticos”, completou.
O auxiliar de produção Wesley Fernando Duarte da Silva também foi vítima da ação rápida dos ladrões. Ele estacionou sua moto Yamaha na Rua Cabo Diogo Oliver, na área central, para ir até uma lan house e, ao voltar, viu que ela havia sido levada por bandidos. “Fica a sensação de insegurança completa. Além disso, a alguns metros há uma base policial e isso intimidou os bandidos”, destacou Silva, que mora em Braz Cubas e ainda tenta reaver o veículo.
Até quem está trabalhando é vítima da bandidagem em Mogi. O taxista Rodrigo Silva Santos, que trabalha em um ponto na Praça do Carmo, pegou um passageiro que solicitou uma corrida até o Bairro do Cocuera. “Não desconfiei de nada. Quando chegou próximo da Rua Coronel Cardoso Siqueira, ele mostrou o revólver e anunciou o assalto. Disse que queria o dinheiro das corridas que eu já havia feito e levou também o celular que uso para trabalhar”, contou. Santos vê falta de empenho da Polícia em investigar os casos. “Esta foi a quarta vez que fui assaltado. Registramos o Boletim de Ocorrência, mas não há investigação. Parece que fica por isso mesmo. Desta forma, aumenta ainda mais a sensação de insegurança”, disse o taxista, que perdeu o aparelho de telefone e R$ 60,00.
Fonte: O Diário