Chuvas deixam 170 desalojados em Mogi das Cruzes
terça-feira, 24 de janeiro de 2012Somente neste ano, cerca de 170 pessoas já ficaram desabrigadas por conta das chuvas na cidade Mogi das Cruzes. São moradores de 41 casas interditadas pela Defesa Civil devido a riscos de desabamento. Ontem, na Vila Oroxó, local de maior concentração de imóveis comprometidos, mais cinco famílias foram removidas.
Somente na localidade, 36 casas estão interditadas desde a semana passada, depois que uma movimentação de terra na encosta do morro foi detectada. Deste total, a Prefeitura identificou 11 como sendo de risco iminente, determinando a retirada imediata das famílias. Duas ainda não saíram e têm até amanhã para encontrar um local. Já o prazo para as 25 restantes expira nesta sexta-feira. Depois disso, o Município pode requerer a remoção por meio de ação judicial.
Ontem, os trabalhos na Rua Professora Ofélia Cirino Malozze tiveram início ainda pela manhã e tomaram praticamente todo o dia. Das famílias removidas, duas foram encaminhadas ao abrigo provisório disponibilizado pela Prefeitura, na Escola Municipal Monteiro Lobato, na Ponte Grande, e o restante ficou em casas de parentes ou amigos.
Para garantir que novas famílias não se instalem nas residências que acabaram de ser desabrigadas, a Secretaria Municipal de Segurança adotou a prática de demolir a casa quase ao mesmo tempo em que a mudança ocorre.
De acordo com o prefeito Marco Aurélio Bertaiolli (PSD), o Oroxó é o oitavo núcleo habitacional desmontado desde que a nova Administração tomou posse, há 36 meses. “É ainda a última grande área. Com isso, já ultrapassamos o total de 400 residências desocupadas na Cidade”, comenta.
As 36 casas, que estão sendo demolidas, foram construídas numa área irregular que pertence à Prefeitura. A ocupação teve início ainda na década de 80. Todas as famílias foram cadastradas no programa “Aluguel Solidário”, que deve garantir por três meses uma verba mensal de R$ 540,00 para despesas com moradia.
Aquelas que se instalaram no local há mais tempo foram ainda cadastradas no programa “Minha Casa, Minha Vida” e deverão se mudar para um novo empreendimento, que está sendo construído em César de Souza, com previsão de entrega em março deste ano.
Ontem, o prefeito falou sobre a reclamação de algumas famílias que não conseguiam encontrar uma moradia provisória, apesar do aluguel garantido pelo Município. “Estamos emitindo uma declaração para que a família apresente ao locatário. Normalmente, quando o dono do imóvel ou a imobiliária sabe que é alguém do ‘Aluguel Solidário’, sabe que não terá problemas com o pagamento”, lembra.
Segundo Bertaiolli, com a demolição das casas da Vila Oroxó, “nenhum outro núcleo habitacional de Mogi das Cruzes está em risco de desmoronamento”. No entanto, alguns problemas pontuais ainda surgem, já que as chuvas estão bem acima da média para o mês de janeiro. Também na semana passada, outras cinco residências foram interditadas: quatro na Vila Nova União e uma no Botujuru.
Contando a dificuldade para chegar a todos os pontos, Bertaiolli solicita à população que denuncie pelo telefone da Defesa Civil (199) as invasões e construções que possam estar em situação de risco.
Fonte: Diário de Mogi