Cresce total de focos da dengue em Mogi das Cruzes
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011Encontra Mogi das Cruzes não vive, ainda, uma epidemia de dengue apesar de estar infestada pelo mosquito transmissor da grave doença desde 2009. Mas, o crescimento do número de focos do Aedes aegypti preocupa as autoridades sanitárias, que têm reforçado o combate ao problemas.
Os números são alarmantes: de janeiro a novembro do ano passado foram identificados 199 focos do mosquito Aedes aegypti, já no mesmo período deste ano foram 600. Este aumento preocupa o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ), que alerta a população: somente com um franco trabalho preventivo, a Cidade poderá controlar a doença.
De acordo com a veterinária do CCZ, Débora Fumie Murakami Campos, do total de focos identificados neste ano, 435 são naturais, ou seja, se formaram por descuido ocorrido dentro das residências. “O restante contabilizamos com as armadilhas e em pontos estratégicos que monitoramos, como cemitérios, sucatarias, ferros velhos, borracharias. Isso aponta que a população descuida de recipientes que podem acumular água. E é aí que o mosquito vem e aproveita para se instalar e procriar”, diz a profissional.
O crescente número dos criadouros naturais também assusta. “Em 2010 eram 75 apenas”, comenta Débora.
Nos pontos estratégicos e armadilhas as visitas são quinzenais e realizadas por uma equipe técnica do CCZ. Caso haja incidência de ovos ou larvas, o grupo realiza um tratamento químico para exterminação. “Existem também os agentes que trabalham em campo com a notificação técnica. Se uma casa ou estabelecimento comercial for listado como foco, o proprietário é orientado como deve evitar a água parada. E então, depois de um período o local é visitado novamente e, caso houver reincidência, o proprietário desta vez é autuado, recebendo desde uma advertência até uma multa, que varia muito dependendo da situação”, afirma.
Débora explica que a mudança no status de Mogi das Cruzes para infectado deu-se a uma pessoa que voltou de uma viajem doente e, por azar, foi picada por um mosquito que, a partir de então, se tornou transmissor. “Os bairros em que os focos predominam são Braz Cubas, Mogi Moderno e Vila Natal. E foi neles que os mosquitos começaram a se reproduzir. Mas, a partir desse ano, casas no Centro, Mogilar, Alto do Guaianazes, Sabaúna, César de Souza, Varinhas e Jardim Margarida também apresentaram criadouros, significando que o Aedes aegypti está se proliferando. E com um transmissor, é possível que esses outros insetos fiquem igualmente doentes”, ressalta a veterinária.
Para combater a Dengue a receita é simples: não deixar água parada em vasos, bebedouro de animais, pneus. “Cada fêmea da espécie é capaz de botar 400 ovos de uma vez, mas nunca em um mesmo lugar. Para evitar que isso aconteça, é importante esgotar toda água do recipiente e, depois disso, lavá-lo com uma bucha. No caso dos bebedouros isso deve ser feito uma vez por semana. Não adianta só esvaziar, porque os ovos são revistes e podem sobreviver até 450 dias sem água, e a primeira chuva é suficiente para que eles eclodam”, informa.
Para denunciar um criadouro basta ligar na Ouvidoria Municipal, no telefone 156, ou ir diretamente no prédio da Vigilância Sanitária, na Avenida Voluntário Fernando Pinheiro Franco, 830, 2º andar.
Fonte: Diário de Mogi