Em Mogi das Cruzes famílias exigem mais segurança
terça-feira, 13 de dezembro de 2011Insegurança e medo. São os sentimentos que predominam na Vila Oliveira, após mais um caso de assalto à residência no Bairro nobre de guia Mogi das Cruzes. Desta vez, a ação do bandido quase acaba em tragédia. O fato ocorreu na noite de sexta-feira, quando a filha de Auclésio Ranieri, diretor do Serviço Social da Indústria (Sesi) de Mogi, solicitou comida por telefone e, quando o entregador chegou, ela foi rendida por um assaltante armado, que invadiu a casa. Com o grito de socorro, o namorado dela saiu para ver o que estava acontecendo e foi alvejado por três tiros, sendo que dois o acertaram de raspão e o terceiro ficou alojado no ombro.
“Foi um susto. Eu não estava em casa, mas me contaram o que houve e lógico que ficamos cada vez mais preocupados”, descreveu Ranieri, que cobra mais ações da Polícia não apenas na Vila Oliveira, mas em toda a Cidade.
Ele revelou que, após o incidente, pretende fazer melhorias no imóvel, que já conta com vários aparatos de segurança. “Tenho cerca elétrica e outros sistemas de monitoramento, mas agora estou pensando em colocar câmeras no lado externo”, disse Ranieri, lamentando que o problema é ainda maior em todo o País.
O vereador Rubens Benedito Fernandes, o Bibo (PR), que inclusive já teve a casa invadida por ladrões, também cobra maior segurança por parte das autoridades. “Os planos da Polícia devem contemplar não apenas a Vila Oliveira, mas toda a Cidade. Os cidadãos são iguais e devem ter atenção igual, mas sabemos que o trabalho é árduo”, disse.
Bibo também fez comentários sobre a nova abordagem dos ladrões. “Eles são extremamente criativos. E até para a Polícia é difícil trabalhar porque todos os entregadores de pizza e comida estarão sob suspeita ou não. Além disso, os moradores deverão tomar mais cuidados quando forem utilizar este tipo de serviço”, afirmou.
A dona de casa Marilena Tango, 68 anos, também cobra mais segurança no Bairro. Enquanto isso, providenciava ontem o conserto do portão de entrada de carros e já tinha instalado câmeras de segurança nos muros da residência. “Precisei fazer isso porque um bandido entrou no quintal e tentou furtar o aparelho de som do carro”, disse.
Na realidade, o sentimento de medo é visível no Bairro. A reportagem de O Diário esteve na Vila Oliveira ontem à tarde à procura de proprietários de imóveis para comentar a onda de violência no local. Tarefa difícil. Em alguns casos, funcionários ao serem abordados no interior dos imóveis, nem chegavam próximo do portão. E, em várias tentativas, eles alegavam que os donos das residências não estavam.
Os que foram encontrados e se prontificaram a falar, também demonstraram o medo que atinge os moradores da Vila Oliveira. “Ficamos preocupados sim com esta situação. Aqui, meus vizinhos já tiveram as casas invadidas por ladrões. No nosso caso, os bandidos furtaram a gasolina do carro que estava na garagem”, contou a dona de casa Neusa Gonçalves, de 72 anos, que vive no Bairro há mais de 30 anos com o marido Josef Anwender, também de 72 anos de idade.
Para o contador Humberto Alves Filho, de 55 anos, a preocupação existe e os moradores devem tomar algumas atitudes que podem ajudar a inibir a ação dos bandidos. “Aqui em casa, antes de entrar, sempre passamos na rua para ver se não há nada de diferente, se não tem gente estranha. Só depois é que abrimos o portão para entrar”, explicou.
Apesar da explicação, o medo ficou evidente quando a reportagem de O Diário se aproximou para fazer a entrevista. Alves Filho e a mulher entraram rápido no imóvel e fecharam o portão automático, deixando o carro que havia chegado do lado de fora e com as portas abertas. Depois de alguns minutos é que o filho dele veio fechar o carro.
Para o comerciante Edson de Almeida, de 50 anos, a onda de violência em Mogi, em especial na Vila Oliveira, é reflexo da grandeza do Município. “Mogi já está com ares de ‘cidade grande’, que sempre tem este tipo de problema”, descreveu.
Fonte: Diário de Mogi