Em Mogi das Cruzes, oxigenação de rio é pior
terça-feira, 6 de setembro de 2011O projeto do flutuador passou, ontem, por um trecho do RioTietê já em guia de Mogi das Cruzes. Apesar da maior vazão de água e da diminuição no volume de lixo observada pelo ecoesportista Dan Robson, os níveis de oxigênio registrados são piores do que os encontrados pela mesma expedição em 2009.
Com uma velocidade média de 4 km por hora, ele percorreu ontem pouco mais de 6 km dos 11 km programados para o dia. A diminuição se deu por conta de um trecho com grande quantidade de aguapés, espécie de plantas aquáticas que impediu a navegação e fez com que o flutuador fosse carregado por solo em parte do trecho que compreende o Município.
O primeiro índice de oxigênio da água ficou em 4,7 ml/g na medição, realizada às 7h30, o que é considerado ruim. O indicador é menor do que o encontrado há dois anos, quando o equipamento registrou 5,3 ml/g, avaliado como bom. Ainda ontem, por volta das 9 horas, a marcação chegou a 5,2 mg/l, mas voltou a cair às 9h35, quando registrou 4,7 mg/l, índice considerado ruim.
O guardião do flutuador, Dan Robson, diz que algumas coisas mudaram. “Percebi que a sujeira sumiu neste trecho. Antes havia muitas garrafas pets e sacolas plásticas, mas agora eu quase não encontrei este tipo de objeto”, revela Dan. Ele diz ainda que isso é reflexo da boa educação das pessoas. “A população em si está fazendo sua parte, que não é jogar lixo nem entulho no rio, mas a qualidade de água está muito ruim e agora as autoridades precisam se mexer e cuidar melhor do esgoto que é jogado diretamente no Tietê”, conta.
Dan Robson diz que ficou surpreendido com os primeiros dias de trabalho. “Eu esperava que o rio estivesse mais limpo, mas não é isso que a gente está encontrando”, revela. Na expedição passada, o flutuador registrou níveis péssimos de oxigênio em 41% do trajeto. Em 38%, os níveis foram ruins. A qualidade da água só ficou boa em 21% do percurso.
A expedição Tietê às Claras, desenvolvida pela TV Globo em parceria com o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) da Universidade de São Paulo (USP), deve se seguir até dia 22, com a chegada à Barra Bonita, quando o flutuador terá percorrido 500 km do Tietê, o que representa pouco menos da metade dos seus 1100 km de extensão. Hoje o ecoesportista deve navegar por um trecho de 8 km, ainda em Mogi das Cruzes. Amanhã, o flutuador deve chegar a Itaquá. Segundo Dan Robson, a poluição começa a ficar evidente a partir do trecho que compreende Suzano.
As medições têm intervalos de 30 minutos. O índice é considerado péssimo quando fica abaixo de 1,9. Entre 2,0 e 4,9 ele é ruim, já acima de 5, está bom.
Fonte: O Diário