Festa do Divino de Mogi das Cruzes quer aval da Unesco
terça-feira, 19 de julho de 2011A Festa do Divino Espírito Santo de guia de Mogi das Cruzes pode se tornar Patrimônio Imaterial da Humanidade, reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Essa é a expectativa da Associação Pró-Festa do Divino, representada pelo professor Josemir Ferraz de Campos e Caíque Manna de Deus, que participou do XV Congresso Brasileiro de Folclore e aproveitou a oportunidade para entregar um material completo sobre o evento municipal para a presidente Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), Fernanda Bandeira de Mello, da Secretaria de Estado da Cultura.
“Com o documento pedimos que a festa fosse reconhecida como Patrimônio Cultural Imaterial Paulista, o segundo passo para conquistarmos o título concedido pela Unesco, pois já somos Patrimônio Imaterial Municipal. Depois, precisamos ser reconhecidos como Patrimônio Imaterial Nacional, para então sermos da Humanidade. Será um caminho, mas repleto de conquistas”, afirma Campos.
Para ele, a Festa do Divino Espírito Santo tem grande potencial para ser reconhecido. “Os diferenciais do evento são as características próprias. Pedimos também o registro do rosa-sol, da Entrada dos Palmitos e da folia do Divino como particularidades mogianas. Desta forma apresentamos a diversidade mantida ao longo dos séculos”, conta.
Para o professor, os principais pontos que trabalharão a favor desta conquista são a tradição viva, o envolvimento cultural, a Alvorada e tudo quanto é realizado nela, a tradição oral passada de pai para filho, a Congada, Marujada e Moçambique e a culinária, como tortinho e o afogado, por exemplo. “Toda essa gama de características se aliam ao aspecto religioso, o que deixam o festejo ainda mais peculiar”, destaca.
Para Carlos Henrique Manna de Deus, o Caíque, que está confiante quanto à conquista dos títulos, o rico material preparado pela Associação será um trunfo. “Temos muitos eventos que ocorrem dentro da festa que acrescentam, e muito. Já tive oportunidade de participar de diversas Festas do Divino pelo Brasil e verifiquei a nossa é bastante diferente por conta das tradições da própria Cidade. Isso nos garantirá especialmente prestígio”, acredita.
Além de Mogi das Cruzes, outras cidades paulistas também apresentaram pedido de reconhecimento como Patrimônio Imaterial Paulista. De acordo com Caíque, Laranjal Paulista, próximo a Piracicaba, também entregou um material sobre um tema semelhante, mas as diferenças, segundo ele, certamente serão notadas. Lá, o evento acontece no Distrito de Laras, geralmente em julho, após o “Pouso do Divino” e da peregrinação. “A irmandade do Espírito Santo percorra o município dormindo de casa em casa. Essa festa também atrai grande público pelas características peculiares de que se revestem a procissão dos milagres e o emocionante encontro das canoas, no Rio Tietê. Cogitamos de visitar a cidade para conhecer o acontecimento. Deve ser bem diferente e bonito”, acredita.
Mas nem mesmo a semelhança dos temas assusta. “São as características peculiares que contam”, frisa.
Além de Laranjal Paulista, Caraguatatuba também apresentou o material sobre uma Congada, bastante diferente das mogianas, com uma batida mais africana e instrumentos curiosos.
Fonte: O Diário