Mogi das Cruzes lidera mortes no trânsito
terça-feira, 8 de maio de 2012O Alto Tietê registrou 159 óbitos decorrentes de acidentes de trânsito no ano de 2010. Mogi das Cruzes lidera a estatística entre os municípios da Região, com 80 mortes no período, seguido por Itaquaquecetuba, com 39 vítimas fatais. O aumento de motocicletas em vias urbanas, o desrespeito ao limite de velocidade e o consumo de bebidas alcoólicas por parte dos motoristas são apontados por especialistas como as principais causas do índice elevado.
As informações são do estudo “Mapa da Violência 2012” divulgado no último final de semana pelo Instituto Sangari. Mais de 5,5 mil cidades brasileiras foram avaliadas para a composição do levantamento que tem 2010 como ano de referência. A população total é um dos fatores proporcionais para montar a classificação. Não foram divulgados dados de períodos anteriores para comparação.
O mapeamento aponta Mogi, Itaquaquecetuba, Suzano, Ferraz de Vasconcelos, guia Poá e Biritiba Mirim como os municípios da Região que tiveram registros de óbitos no ano. Arujá, Salesópolis e Santa Isabel não foram inseridos ao ranking. A Cidade tem sozinha mais do que a metade do número de mortes.
Para o pesquisador Julio Jacob Waiselfisz, responsável pelo estudo realizado a partir da análise de milhares de certidões de óbitos, o aumento do número de mortes acontece em áreas que recebem menos investimento por parte do poder público em transporte público e melhoria de vias importantes. “Se você analisar bem, até 2000, a maior parte dos mortos no trânsito era de pedestres. A partir daquele ano, o cenário mudou, começaram a morrer mais ocupantes de carros devido às colisões graves entre carros em alta velocidade. Atualmente, quem morre mais são os motociclistas. E sempre há novos motociclistas nas ruas porque onde a Prefeitura de Mogi das Cruzes não investe em ônibus, as pessoas acabam recorrendo às motos, que são vendidas a condições muito facilitadas”, aponta.
O novo delegado responsável pela 30ª Ciretran na Cidade, Evandro Augusto Vieira de Lima, a irresponsabilidade no trânsito por parte de alguns condutores têm sido punida com rigor pela Justiça. “Alguns casos já são considerados homicídio doloso (aquele com intenção de matar) porque a pessoa que dirige o automóvel tem consciência do que estava fazendo e do risco que proporciona aos outros e não têm fiança. Claro que cada caso é um caso e precisa ser analisado de forma específica”, disse, ressaltando que o álcool e o abuso da alta velocidade são fatores determinantes em grande parte dos acidentes com vítimas fatais.
O secretário municipal de Transportes, Carlos Nakaharada, lembra que Mogi é abastecida por muitas estradas, que são de responsabilidade do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) ou da Polícia Rodoviária Federal. “Em 2010 mesmo, nós temos confirmados 12 óbitos em áreas sob nossa jurisdição. O que acontece fora deste perímetro ou os acidentados em estado grave que são conduzidos a hospitais, mas morrem depois, já não são contabilizados” explica. Em 2011, segundo a Pasta, outras 20 pessoas perderam a vida por conta do trânsito.
As principais vias do Município com mais acidentes – de diferentes espécies – são as avenidas Francisco Ferreira Lopes (303), Francisco Rodrigues Filho (220), Japão (185), Narciso Yague Guimarães (166) e Lourenço de Souza Franco (145), apenas em 2011.
O Alto Tietê, porém, segue bem atrás de outras regiões com grande volume de rodovias, como Campinas, por exemplo, em relação às mortes por acidentes. Apenas a cidade campineira teve 244 óbitos em 2010, 85 a mais. Americana e Paulínia registraram 48 e 14 mortes, respectivamente, no período.
Pariquera-Açu, em São Paulo, teve 33 mortes e ocupa, proporcionalmente, a primeira colocação no ranking.
Fonte: Diário de Mogi