Mogi das Cruzes sofre com descaso em fiações
quarta-feira, 7 de março de 2012Preocupado com a situação dos fios emaranhados em diferentes pontos do Centro da cidade de Mogi das Cruzes, o psicólogo Gabriel Tarragô, morador da área central, sugere a reinstalação das redes que estão com o problema. Ruas como Coronel Souza Franco, Dr. Paulo Frontin e Antônio Candido Vieira são algumas das vias com a fiação nestas condições.
Em janeiro passado, Tarragô, que mora na Rua Otto Unger, decidiu registrar em fotografias o estado crítico de parte da rede de fiação da Cidade, que conta com fios de energia elétrica, TV a cabo e telefonia fixa, entre outros serviços.
“Parece serviço mal-feito, fica uma coisa muito feia. As fotos mostram o problema nas Ruas Coronel Souza Franco, em diferentes pontos e na esquina dela com a Capitão Manoel Caetano, e na Paulo Frontin, mas tem mais por aí, no Centro, como ali perto do Mercado Municipal, e nos bairros também. E há o caso dos rolos de fios deixados nos postes pelos funcionários das empresas responsáveis por mexer com isso. A gente não sabe se eles estão energizados e se representam algum risco para nós. Esses dias vi um caso assim na Rua do Bar Buxixo (Capitão Manoel Rudge – Vila Oliveira), uma coisa horrível”, disse.
Para Tarragô, uma das alternativas é que as instalações com esses problemas sejam reinstaladas de forma mais organizada. “É um modo barato para resolver o problema, se comparado à hipótese de fazer uma rede subterrânea. Ontem (anteontem) à tarde, enviei um e-mail para o (prefeito) Marco Bertaiolli para que ele veja a situação da Cidade. Isso tudo me parece hipócrita. Temos a Lei Mogi Mais Viva, onde os comerciantes, às vezes, nem podem usar uma placa para divulgar o seu estabelecimento, mas a Prefeitura permite que os fios continuem assim”, salientou.
Outro ponto com problema é a Rua Doutor Cândido Vieira. “Entre a Praça do Shangai e a Rangel Pestana, onde a fiação foi trocada há pouco mais de um mês. Um serviço bem mal terminado”, explicou o professor aposentado Sebastião Witter, que reside nas proximidades.
No começo da via, perto da Rua Coronel Cardoso de Siqueira, área central, a reportagem flagrou uma cena curiosa. Um par de tênis usado estava pendurado nos fios que cortam a via de um lado para o outro. Na Dr. Paulo Frontin, a situação é parecida. De frente a uma lanchonete, perto da Praça Coronel Almeida, um monte de cabos aglomerados – alguns ligados ao prédio – também simboliza a confusão em parte da rede de fiação pela Cidade.
Para especialistas, o excesso de fio, além de ser um transtorno visual para o Município, pode representar um perigo para a segurança da população. “Se, porventura, houver um incêndio no Centro, os caminhões do Corpo de Bombeiros terão dificuldade em usar a escada giroflex”, ressaltou o arquiteto Paulo Pinhal.
O engenheiro eletricista Eduardo Lemos salientou que o maior risco, em geral, é o contato com os fios de alta tensão. “Há o risco de um caminhão passar, arrancar os cabos e causar um acidente ou de alguém, que estiver reformando a casa tocar, sem saber, na rede de alta tensão, os três fios que ficam mais altos e isolados. É o que acontece muito em reforma e construção. Eu já trabalho há um certo tempo neste ramo e sempre oriento os pintores e outros trabalhadores a redobrarem a atenção por causa destes riscos”, disse.
A Prefeitura de Mogi informou, por meio da Coordenadoria de Comunicação, que a concessionária EDP Bandeirante é a proprietária de toda a parte de posteamento e cabeamento da Cidade e, por isso, a utilização destas estruturas por empresas de telefonia e afins deve ser concedida pela própria empresa. Ainda assim, a Administração intermedia casos assim, sempre que é informada sobre algum problema, especialmente em se tratando de solicitações para regularização. Secretarias diversas atuam no sentido de cobrar a empresa responsável, para que providências sejam tomadas o quanto antes.
O Executivo mogiano acrescenta, ainda, que já existem levantamentos técnicos iniciais para que a rede de fiação do Município passe a ser subterrânea, mas houve a constatação de que o investimento para isso seria muito alto.
Procurada por O Diário, a Bandeirante disse que segue as normas brasileiras quanto aos critérios de elaboração de projetos de redes de distribuição de energia elétrica e esclarece que a responsabilidade dos fios instalados é tanto da distribuidora quanto das empresas que fazem compartilhamento dos postes. Com relação aos projetos de redes subterrâneas de energia elétrica, o pedido deve ser feito pela Prefeitura, órgão responsável pela revitalização da Cidade e pelos recursos que serão utilizados.
Fonte: O Diário de Mogi