Mogi das Cruzes tem déficit de 50 policiais
sexta-feira, 11 de maio de 2012O déficit de policiais do 17º Batalhão da Polícia Militar, instalado em Mogi das Cruzes, gira em torno de 50 homens, o que representa cerca de 10% do efetivo total da PM na área de comando. A defasagem vem gerando reclamações por parte de moradores e lideranças políticas da Cidade, que atribuem o aumento da criminalidade ao número reduzido de agentes de segurança.
A informação foi transmitida ontem pelo comandante interino do 17º, que atende Mogi, Biritiba Mirim, Salesópolis e Guararema, major Nemar Luiz da Costa, a O Diário. “A nossa quantidade de efetivo em claro (déficit) é de 10%, um número que não ultrapassa 50 homens”, garante. Questionado se o efetivo atual chegava a 500 policiais, o oficial disse que “ultrapassa um pouco mais deste número, mas é algo que não pode ser detalhado”.
Segundo Costa, já foram realizados estudos e pedidos ao Governo do Estado para que o montante de homens seja ampliado. A discussão sobre atuação da PM ganhou notoriedade na última terça-feira, após declarações do vereador Expedito Ubiratan Tobias (PR), presidente da Comissão Permanente de Segurança da Câmara Municipal.
“Realmente, a questão dos policiais precisa receber atenção especial por parte do Estado. Há base que fica sozinha e o morador não tem a quem recorrer. As bases não contam com oito pms, a realidade é um por turno. O policial trabalha 12 horas por 36. É algo puxado”, ressalta o parlamentar.
Tobias afirma que o maior problema ocorre no período da noite. “O PM fica solitário. E a realidade continua apesar das reportagens. O posto de Taiaçupeba, por exemplo, depois da explosão dos caixas eletrônicos, na semana passada, permanece apenas com um policial por turno. Estive lá hoje (ontem) pela manhã. É insuficiente”, afirma.
Para o especialista em segurança pública e privada, Jorge Lordello, a questão do efetivo militar deve ser tratada de forma específica. “Existe um mecanismo chamado Infocrim, que mapeia as ações em todo o Estado e, com base nele, é que há o acerto do número. Não é por conta da população ou da extensão territorial, existe todo um estudo técnico, baseado nas principais ocorrências para que se concentre mais pms em determinada área do que em outra. Não tem como falar se o efetivo de uma área é suficiente sem levar em consideração o índice criminal do local”, destaca.
Outro problema é a falta de rondas da Polícia pelas vias de bairros e distritos mogianos, fato que gera preocupações. “Nós temos percebido o aumento de moradores de rua que pedem dinheiro para vigiar os carros das pessoas. Se você não paga, eles maltratam muito. Vi recentemente uma senhora sendo ofendida por um deles. Se houvesse presença da PM, acredito que isso seria evitado”, aponta o presidente do Movimento Braz Cubas em Ação, Antonio Andere.
Fonte: Diário de Mogi