Motorista ignora faixa de pedestre em Mogi das Cruzes
quarta-feira, 10 de agosto de 2011Apesar de o Corpo de Bombeiros ter registrado, de janeiro a julho deste ano, queda no número de atropelamentos na Cidade de Mogi das Cruzes- 166 em comparação aos 179 do mesmo período de 2010 -, não é difícil flagrar a ação de motoristas apressados que desrespeitam pedestres, infringindo a legislação de trânsito. Em alguns pontos, principalmente no Centro e nas saídas das faculdades, é comum verificar pessoas disputando a rua com veículos.
A saída da estação de trens Estudantes – com sentido à Universidade de Mogi das Cruzes (UMC) – é um dos pontos críticos. Lá, foi possível verificar carros, motos e ônibus passando em alta velocidade, independentemente se há ou não pedestres atravessando. Um dos veículos, inclusive, ficou parado exatamente em cima da faixa reservada à travessia.
Na região central, a saída da estação de Mogi das Cruzes também oferece riscos. Quem sai do local e quer atravessar em direção à Praça Sacadura Cabral tem à disposição uma faixa, mas nenhum semáforo. Para passar, é preciso aguardar a cancela fechar ou algum motorista parar. A segunda opção pode ser considerada raridade e, quando acontece, logo vem outro apressadinho atrás buzinando.
Sem muita lógica, a calçada rebaixada para quem atravessa a Rua Dr. Ricardo Vilela, na altura da Praça Sacadura Cabral, está localizada a pelo menos 10 metros da faixa de pedestres. Com dificuldades de locomoção devido à perna amputada, o aposentado Messias Tomé Fernandes, de 58 anos, precisou ter paciência para fazer a travessia. “O motorista já não respeita a faixa, imagina aqui, que nem faixa tem, mas é o único local por onde eu consigo passar?”, questiona ele, que antes ainda precisou esperar a cancela do trem fechar, para passar ao outro lado da rua.
Descrente com a educação dos motoristas, a auxiliar de enfermagem Guiomar Aparecida Conceição, de 55 anos, passou longe da demarcação. “Não adianta, a gente pode ficar o tempo que for com o pé na faixa que o pessoal não vai parar”, diz ela, apontando que somente a fiscalização poderia mudar a situação. “É preciso adaptar primeiro o motorista, que só para mesmo no semáforo ou na presença de um fiscal deixam o pedestre atravessar com segurança”, relata.
O aposentado Valter Lemes, de 64 anos, conhece bem o trânsito do Centro, onde atua como engraxate há meio século. “Já vi muitos casos de atropelamentos por aqui. Geralmente é com idosos, que atravessam mais devagar”, relata ele, reclamando da velocidade que os motoristas desenvolvem dentro da Cidade.
O secretário municipal de Transportes, Carlos Nakaharada, diz que “Mogi tem as suas medidas para incitar o respeito à faixa de pedestres. A ação adotada em São Paulo (leia mais nesta página) e que já foi aplicada em maior escala na cidade de Santos, provou que dá resultados. Mas para ser implantada em Mogi das Cruzes, careceria de estudos de viabilidade”. Ele diz, ainda, que a Pasta cuida constantemente da revitalização das faixas de pedestres e mantém programas de educação para o trânsito, com cursos gratuitos. “Vale acrescentar que, no mês de maio de 2011, foram contratados 15 agentes fiscais de trânsito”, diz.
Fonte: O Diário