Museu em Mogi das Cruzes expõe só parte do acervo
segunda-feira, 21 de maio de 2012Depois de ocupar por vários anos amplos e arejados espaços no prédio da Prefeitura de Mogi das Cruzes, o Museu Histórico e Pedagógico Visconde de Mauá vive hoje dias inglórios. Com o seu acervo reduzido, as peças expostas estão espremidas em duas pequenas salinhas do Casarão do Carmo, no centro da cidade. Poucos são os visitantes que entram para saber da sua história.
Entretanto, a redução do acervo chamou atenção de um dos principais responsáveis pela criação do Museu na cidade, o professor aposentado Ivan Rizzi, que passou pelo local e percebeu que, uma das mais importantes peças, a cama do Conde de Sarzedas, não está mais em exposição.
De acordo com Rizzi, que fez cursos de conservação de peças antigas e estudou profundamente a história do Museu, o móvel pertenceu ao Conde, um grande nobre português. Ele morava na Região e recebeu o Imperador Dom Pedro I, que em uma de suas passagens por essas bandas, passou a noite na casa de Sarzedas e dormiu na famosa cama.
O professor observa que estão faltando também algumas peças pertencentes ao Barão de Jaceguai, além de algumas cadeiras antigas e outros móveis de mais de 300 anos. “Acho louvável a iniciativa da Prefeitura de deixar o Museu aberto ao público. Mas, de nada adianta facilitar o acesso e restringir o acervo”, comenta Rizzi, demonstrando preocupação com o destino dos móveis.
“A cama é suntuosa, uma peça mestra do Museu e faz parte da história da Cidade e precisa ficar exposta. Além disso, trata-se de um móvel muito antigo que precisa de cuidados especiais para garantir a sua conservação e evitar apodrecimentos das madeiras”, pondera. Na opinião dele, o Visconde de Mauá, que era constantemente visitado e até estudado por alunos das escolas do município, “está sem identidade, sem sede própria, onde falta iluminação adequada e uma pessoa que conheça a sua história para falar da sua importância aos visitantes”.Ivan Rizzi vai além e diz que o fato de Mogi ser uma Cidade antiga deveria estimular a Administração Pública a manter a sua história, reservando novos espaços e ampliando o número de museus. Ele sugere, inclusive, a criação de outros para contar a história do comércio, da agricultura, festas populares e folclóricas.
Ao ser questionada sobre o destino e localização das peças, a Secretaria Municipal de Cultura divulgou uma nota por meio da Coordenadoria de Comunicação da Prefeitura informando que algumas peças do acervo do Museu Visconde de Mauá estão temporariamente em reserva técnica no Casarão do Carmo. “Esta é uma prática de rotina, que visa criar um rodízio no que fica exposto, e zela pela preservação dos itens, já que o acondicionamento segue todas as exigências específicas de conservação”, esclarece. A pasta, no entanto, disse que ainda precisa fazer um levantamento minucioso antes de informar o número de peças que compõe o acervo.
Fonte: O Diário de Mogi