Selos refazem história de Mogi das Cruzes
segunda-feira, 1 de agosto de 2011Os Correios irá lançar no dia 1º de setembro o selo postal em homenagem aos 400 anos de emancipação política da cidade de Mogi das Cruzes. Já no período de 30 de agosto a 8 de setembro, uma exposição sobre o tema, organizada pela Associação e o Clube Filatélico de Suzano, terá espaço na Câmara Municipal e contará com 28 painéis com selos originais de colecionadores do Alto Tietê e do Vale do Paraíba.
O filatelista João Roberto Baylongue, da Associação Brasileira de Carimbologia, entidade responsável por encaminhar ao Ministério das Comunicações o processo de inclusão da data da emancipação da cidade, na programação anual dos selos comemorativos, explicou que a mostra irá contar a história da região por meio de selos de colecionadores de Arujá, Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Igaratá, Itaquaquecetuba, Jacareí, Poá, Paraibuna, Salesópolis, Santa Branca, Santa Isabel, São José dos Campos e Suzano. Todas elas, aliás, tiveram seus territórios pertencentes à Mogi da Cruzes no passado.
Conforme Baylongue, a relevância de figurar a Cidade em um selo dos Correios é a de “poder levar ao mundo, sem limitações, nossa cultura, que deverá ficar guardada para sempre pelos colecionadores”. Ele dá como exemplo os selos da série “Olho de Boi”, que foi a primeira a ser lançada no País. Estima-se que até hoje existam cerca de 20 mil deles em coleções do mundo todo. “Também deverá ter pelo menos um dessa série na Câmara Municipal”, revelou.
A composição do selo que prestigia Mogi das Cruzes, realizada pelo artista Luciomar de Jesus, conta com imagens dos principais símbolos da Cidade, como a pomba da Festa do Divino, o prédio da prefeitura, a figura de um bandeirante, as Igrejas da Ordem Primeira e Terceira do Carmo e o Casarão do Chá. A homenagem, que integra a série “Cidades Históricas”, contemplou os municípios mineiros de Sabará, Ouro Preto e Mariana.
De acordo com Baylongue, a tiragem dos selos que levam a história da Cidade pode chegar a 300 mil unidades. As unidades serão comercializados durante dois anos em todas as agências dos Correios do Brasil. “Eles não perderão a validade com o encerramento das vendas, a pessoa que comprar poderá fazer uso até que o modelo monetário do país mude”, ressaltou.
Baylongue tem 67 anos, e desde os oito dedica a vida ao ofício de colecionador e pesquisador. “Eu brinco que essa paixão sempre foi a minha segunda esposa”, disse o filatelista, que já foi casado por quatro vezes. Ele acompanhou, em 1961, a luta de políticos da Região na tentativa de estamparem um selo com o tema da fundação da Cidade. “Como esse é um evento que não foi documentado, a proposta foi recusada”, disse. O momento para conseguir o intento ocorreria somente meio século mais tarde: neste 2011, a Cidade comemora seus 400 anos de emancipação política.
Em 2007, enquanto realizava palestras sobre a importância dos selos, o filatelista começou a elaborar o material que seria encaminhado ao Ministério das Comunicações em 2010, e se tornaria um dos cerca de vinte projetos premiados entre os mais de 3 mil inscritos naquele ano.
Fonte: O Diário