As prateleiras e araras cheias são indícios de que as vendas de Natal não superaram as expectativas dos lojistas da cidade Mogi das Cruzes. Era esperado um acréscimo de 10% com relação ao mesmo período do ano passado, mas alguns afirmam que o movimento não chegou a isso. Nesta semana, marcada pelas trocas de presentes recebidos no Natal e vitrines com roupas brancas como sugestões para o Ano-Novo, os comerciantes pensam em antecipar as liquidações de janeiro e fevereiro, realizadas para desovar o estoque e dar espaço à coleção de inverno, que invade as lojas a partir de março.

O emprego do 13º salário no pagamento de dívidas e na aquisição de eletrodomésticos foi a explicação de Sueli Yura, proprietária da Loja Universal, para a baixa nas vendas de final de ano. Ele esperava que um aumento de 20%, mas revela que o índice ficou bem abaixo.

‘’Você consegue se virar com uma blusinha que há algum tempo não usa e também com uma sandália, por isso acho que neste ano, o mogiano priorizou outras necessidades, como as contas. Apesar desta semana ser reservada às trocas, já investi na mudança da vitrine com roupas brancas e amarelas, a fim de atrair mais clientes’’, conta.

Apostando em uma movimentação grande, Sueli contratou temporariamente oito vendedoras (leia mais nesta página). No entanto, até mesmo a seleção foi difícil. ‘’Recebi 12 currículos já em dezembro, o que costumava acontecer em outubro, e não pude escolher muito. Das que contratei, apenas duas se destacaram e vão ser efetivadas. Até nisso tive dificuldades desta vez’’, comenta.

Rosana Lopes, gerente da Flexpé, organizava as prateleiras ontem pela manhã e lamentava o grande número de produtos à mostra e também no estoque, o que, segundo ela, não acontecia há anos. ‘’Antigamente, não conseguíamos repor mercadoria porque não havia mesmo, a saída era grande. Desta vez, não sabemos o que aconteceu e esperamos entender após o balanço geral do comércio’’, diz.

A expectativa da gerente é de que a liquidação de verão compense a baixa procura. ‘’Hoje é o dia internacional da troca e vai ser assim a semana inteira. Existem pessoas que deixam para comprar os presentes de Natal na promoção de janeiro, mesmo que algumas lojas, assim como nós, deixem produtos abaixo do preço em destaque. Esperamos correr atrás do prejuízo’’, aposta.

O movimento foi reduzido, mas suficiente para que as vendas da Destroyer superassem em 5% a expectativa, que era de 10%, mas uma liquidação também é preparada a fim de liberar a coleção de verão e abrir espaço para a de inverno. De acordo com a gerente da loja, Angélica Borges, na semana do Natal, quando naturalmente as pessoas vão às compras, as trocas aconteceram com mais frequência. ‘’Apesar de tudo, considero que o período foi bom. A promoção deve acontecer a partir da segunda quinzena de janeiro, mas até lá, investimos nas roupas brancas, bastante procuradas para o Réveillon’’, afirma.

A presidente da Associação Comercial de Mogi das Cruzes (ACMC), Tânia Fukusen, diz que um levantamento está sendo feito entre os lojistas, que devem apresentar o balanço geral das vendas na próxima semana. ‘’Conseguimos verificar, previamente, um grande movimento no Centro da Cidade e que os valores desembolsados foram altos. ‘’Com o levantamento, teremos como saber qual foi o foco dos mogianos, para onde eles direcionaram o 13º, e assim entenderemos a diferente reação das lojas’’, comenta.

Fonte: O Diário de Mogi